O tempo tem espaço?
O espaço tem tempo?
Tendo como certos os princípios básicos do pensamento filosóficos de Aristóteles e outros nobres, de que estes dois conceitos são absolutamente inseparáveis de cada individuo, ambas as questões tem ser automaticamente reformuladas para:
O meu tempo tem espaço?
O meu espaço tem tempo?
Assim está melhor, mas continuam a pecar por falta de definição.
Definição de proposito, intuito, destino:
Tempo para o quê ou para quem?
Espaço para quê ou para quem?
Dado que a questão é colocada por mim e para mim, terei de aceitar que aqui o individuo sou eu, portanto:
O meu tempo tem espaço para mim?
O meu espaço tem tempo para mim?
Agora sim, ambas as questões estão integralmente estruturadas.
Mas de repente a questão deixa de fazer sentido, porque eu não sou quem sou, apenas para mim.
Sou o que sou para os "meus" - os meus entes queridos, os meus sonhos, os meus receios, os meus suspiros, as minhas conquistas, as minhas inquietudes, as minhas incertezas, as minhas pequenas proezas.
Assim, as questões evoluem:
O meu tempo tem espaço para "os meus"?
O meu espaço tem tempo para "os meus"?
E é aqui que a porca torce o rabo, porque assim sou confrontado comigo próprio, porque de mim e apenas a mim exijo que o meu espaço e o meu tempo tenham dentro de si, tal como eu, tempo e espaço para o que me constitui - "os meus".
É exactamente aqui que eu falho comigo mesmo, porque perco tempo a tentar arranjar espaço para "os meus", e sempre que aqui falho, e falho muito, tento compensar a ausência de tempo que lhes dedico, com espaço que não tenho.
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